quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Por uma Porto Alegre sem pichação


Ocupei a tribuna do plenário da Câmara Municipal de Porto Alegre para falar de uma praga que assola a cidade e que no decorrer deste ano se proliferou e impregnou as paredes, os muros, tapumes e fachadas por onde passaram as tantas manifestações e protestos por esta ou aquela causa.
Esta praga é a pichação.
Dou como exemplo de locais que foram pichados nessas ocasiões, as avenidas João Pessoa e Borges de Medeiros, na altura dos arcos do viaduto, que são duas das avenidas que mais se transfiguraram nos últimos meses devido ao rastro deixado pelas das novas pichações.
Como vereadora que sugeriu ao executivo municipal a ideia do serviço Disque-Pichação, como ex-secretária da Cultura deste Estado, como cidadã que ama sua cidade, coloquei meu desagravo em ver, a cada dia, a memória da capital dos gaúchos perdendo para o vandalismo.
Lembrei a todos que no início deste ano tivemos até um estudante de arquitetura e estagiário da Secretaria Municipal de Obras pichando o histórico Viaduto Otávio Rocha!
Acreditem. Tivemos pichações em nossos bens tombados, de valor histórico, como o Paço Municipal, a Catedral Metropolitana e o Museu Júlio de Castilhos, atacados pelos mascarados dos protestos?
O quê pode conter esses vândalos.
Estamos, de fato, perdendo a cada dia um pouco da nossa história e do que já foi significativo para o urbanismo de Porto Alegre em diferentes períodos.
Os vândalos pichadores que cometem esses crimes são pessoas sem nenhum comprometimento com a cidade, que não poder ser chamados de cidadãos, pois não "pertencem" à cidade, caso contrário, não seriam destruidores do seu próprio patrimônio. Eles apenas utilizam a cidade para suas investidas em nome de uma mania, de um vício competitivo que prova a valentia de bondes e gangues em escalada pelos prédios na calada da noite.
Bem se vê que lhes faltou educação e disciplina, em casa e na escola.
Um aspecto interessante que mencionei é que quanto mais pichada uma cidade, mais o grafite - colorido, social e virtuoso - tem dificuldade de aceitação, pois acaba por ser assolado por aquelas letras gratuitas e símbolos que só interessam a uma minoria que acha que pichação é cultura.
Ver Porto Alegre livre das pichações é uma das minhas causas de mandato e falei da apresentação do Projeto de Lei complementar 09/2013, que se insere no primeiro parágrafo do Código de Posturas do município e tratará de responsabilizar infratores por danos de pichação causados ao patrimônio público e privado, passando a haver o reparo ao vandalismo, que será executado pelo próprio pichador, através da eliminação da pichação e posterior pintura. 
Deixei registrado na tribuna que trabalharei incansavelmente para que a Capital dos Gaúchos melhore e efetive o cuidado com seus bens públicos e históricos, agindo na educação, na cidadania e valorizando os profissionais da área do restauro, que são exemplos de dedicação à correta preservação da nossa história.


Base do monumento a Bento Gonçalves na Av. João Pessoa, muito 
comprometido pela pichação
Foto: Alice Prati

Fachada em arenito e porta centenária do histórico prédio onde viveu Julio de Castilhos,
atacadas por vândalos em manifestação
Foto: Fernando Gomes/ Agência RBS






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