terça-feira, 30 de setembro de 2014

Não às torres em Torres!




Hoje é uma dia dos mais importantes para a história da minha querida praia de Torres. Um dia de reunião e união de quem quer a preservação da qualidade de vida e o melhor futuro para essa cidade.
Que a Audiência Pública sobre o Plano Diretor que ocorre nesta tarde, traga esclarecimentos e conciliação e que todos juntos reconheçam que Torres não pode perder sua essência e sua missão de “mais bela praia gaúcha”; que sua natureza exuberante tem que ser conservada na medida em que o planejamento de iniciativas que visem o desenvolvimento e a sustentabilidade do município sejam planejadas e aconteçam em harmonia, de forma transparente, respeitosa e consciente, e não impositiva ou destrutiva.
Não poderei estar presente por conta dos compromissos que a vida parlamentar impõe, mas saibam todos, moradores e veranistas torrenses, que estou junto nessa luta, divulgando nas redes sociais, propagando na mídia e também comentando por onde ando. Quero parabenizar a todos pela grande mobilização e que estou disponível no que puder ajudar.
A minha história de amor por Torres é antiga. São quase 50 anos de veraneio. A casa da minha família foi uma das cinco primeiras da Praia Grande. Meus filhos cresceram nas areias de Torres e agora minhas netas passam pelo mesmo, pois continuamos veraneando na nossa praia do coração, que não merece perder seu sol e sua paz para os espigões.
Os governantes acreditam que a construção civil é a principal mola propulsora do desenvolvimento. Ledo engano, pois o turismo, a cultura, a preservação ambiental e do patrimônio é que fazem isso de uma forma muito mais profunda e comprometida com o passado e consequentemente com o presente e com o futuro.






segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Belo e importante depoimento





Quero compartilhar essas palavras do presidente do Partido Progressista do Rio Grande do Sul, Celso Bernardi, que se refere ao caminho percorrido pelo nosso partido e pela senadora Ana Amélia Lemos para hoje estarmos com esta candidatura forte que ruma com muita confiança, esperança e êxito para mudar o Rio Grande do Sul e o futuro do povo gaúcho.
Celso Bernardi é um grande líder na condução dos progressistas, comprometido, sério e sempre disposto a escutar os liderados e congregar a todos na luta por um Estado melhor!







domingo, 28 de setembro de 2014

Reta final com muita motivação!


O domingo foi de intensa mobilização em torno os candidatos da coligação Esperança que Une o Rio Grande.
Houve farta distribuição de material e a presença motivada de muitos militantes pelos bairros, parques, praças e esquinas de Porto Alegre.
A Martina, que sempre vai na praça da Encol comigo para passear, jogar bola, fazer piqueniques, subir nas árvores, andar de balanço e jogar bola, foi minha companheira no bandeiraço. 
Enquanto isso, meu pessoal fez um mutirão, colocando propagandas nas caixas de correspondência das casas e prédios do meu bairro, Bela Vista.
Depois de bandeirar na Praça da Encol, fiz distribuição de material da campanha da candidata Ana Amélia e dos candidatos a deputado estadual e federal do PP na casa de amigos.
Falta apenas uma semana para o Rio Grande decidir seu futuro e hoje a Capital mostrou que está unida, trabalhando com muita esperança e força para ganhar o apoio de mais e mais pessoas que decidiram apostar e confiar na proposta que traz a chapa encabeçada pela progressista Ana Amélia Lemos.


Contando com a força da Martina para levar essa vistosa bandeira 
da Ana Amélia

Aqui, eu e Martina com Antonio Farias, meu assessor na Câmara e grande divulgador
da campanha





Em representação


Estive representando a Câmara Municipal de Porto Alegre no 17º Congresso Nacional e Latino Americano de Revendedores de Combustíveis que se realizou em Gramado/RS de 25 a 28 de setembro.
O evento reuniu revendedores de combustíveis e operadores dessa área de atuação, abrangendo países da América do Sul e Latina.
Foi muito bom ver de perto a caminhada e os desafios dos profissionais do ramo de combustíveis e saber que hoje nossos postos de gasolina brasileiros e gaúchos têm padrão de primeiro mundo, sendo superiores inclusive aos americanos.
Adão Oliveira, presidente da Sulpetro, foi o responsável pela grande iniciativa e o Hotel Serrano sediou o congresso, recebendo muito bem os participantes, tendo a frente o querido Gilnei Ricardo Casagrande.


Com Adão Oliveira e Gilnei Ricardo Casagrande 
no Hotel Serrano, em Gramado 






sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Repassando minha semana


Não foi uma semana fácil. 
Como já falei antes aqui no blog, para mim é sempre muito difícil aceitar determinadas atitudes que acabam por contribuir para o verdadeiro “vale-tudo” que existe na política. 
Mas, como minha natureza é positiva, não me deixo abater, apenas registro na memória os fatos e seus protagonistas para ficar bem longe desse tipo de gente. 
Entre uma reunião e outra para resolver problemas criados por dois colegas vereadores do PDT na minha vida política, ou melhor, na bancada progressista, dei conta de uma agenda cheia,  cumprindo com dedicação tudo aquilo  que havia assumido. Então, estão aí alguns deles, que quero compartilhar.



No plenário segunda-feira me pronunciando a fim de relembrar a minha gestão na Secretaria de Estado da Cultura 
quanto à administração e feitos da TVE/ RS

Vereadores reunidos após o Período de Comunicações em homenagem ao Dia Internacional da Paz, que é comemorado anualmente 
em 21 de setembro. A porposta foi do ver. Bernardino Vendrusculo que também apresentou projeto de lei que propõe a inclusão 
da data no calendário oficial de Porto Alegre

Iniciando a semana política na Câmara. Registro ao lado do vereador Kevin Krieger, parceiro de 
bancada, presidente do Partido Progressista Porto Alegre

Recebi no gabinete a visita do progressista Leandro Soares, assessor da Bancada do PP na Assembleia 
Legislativa do Estado
                                                                               
Movimentação do plenário na tarde de quarta-feira

Reunião semanal da Cedecondh, que foi interna sem participação do público, em que tratamos do Mapa da Segurança 
de Porto Alegre, um dos trabalhos a que se dedica a comissão

Na abertura do 17º Congresso Nacional e Latino Americano de Revendedores de Combustíveis, evento que acontece até 
domingo em Gramado e onde representando a Câmara Municipal de Porto Alegre. Da esq. para dir. advogado Alexandre 
Markusons, vice-governador do Estado, Beto Grill, presidente da Sulpetro, Adão Oliveira e deputado estadual Miki Breier








Para conhecimento


Sobre a minha posição frente ao projeto da vereadora Lourdes Sprenger que criava o Conselho Municipal dos Direitos Animais, rejeitado pelos vereadores em votação na sessão plenária de 22/09, é importante dizer que amparo minha conduta política e minhas ações legislativas, que seguem as minhas convicções, dentro dos princípios da lei e da constitucionalidade. 
Há projetos com propostas benéficas e transformadoras para a sociedade, mas que são apresentados de forma errônea em sua criação, e, consequentemente, sofrem as consequências ao passar pelos trâmites legais da Câmara.
No caso do projeto da vereadora Lourdes, em consenso de opiniões e baseada no parecer prévio da Procuradoria da casa, a bancada do Partido Progressista manifestou sua declaração de voto, onde nos posicionamos contra pois o mesmo é inconstitucional, na medida em que a criação de conselhos é função exclusiva do prefeito.
Foi por este aspecto que eu e meus colegas vereadores do PP votamos contrários, jamais nos opondo à defesa aos animais que faz a colega proponente, ou ao dever do município de Porto Alegre ou de seus vereadores, quando de sua competência, de se preocuparem com o cuidado permanente e com os direitos e com o bem-estar dos animais - seres preciosos e indispensáveis ao nosso convívio humano.
Compartilho a declaração de voto da bancada progressista apresentada em plenário:










Castelo ou Legalidade



Compartilho matéria veiculada pelo ClicRBS que analisa a manutenção ou exclusão de personagens e períodos da história brasileira a partir de situações como a mudança de nome da Avenida Castelo Branco, em Porto Alegre.
Nela consta minha opinião de que os nomes e acontecimentos da história de uma sociedade não podem ser apagados, motivo pelo qual, junto com a bancada do PP no dia da votação e aprovação do projeto de lei no plenário da Câmara, votei contra a proposição.




ZH Explica

No debate entre Castelo Branco e Legalidade, como tratar a história

Por trás da possível mudança no nome de uma das principais vias de Porto Alegre, há a discussão de como devem ser lembrados períodos como a ditadura








Projeto foi aprovado no fim de agosto na Câmara de VereadoresFoto: Júlio Cordeiro / Agencia RBS
Está nas mãos do prefeito José Fortunati a decisão de manter o nome da Avenida Presidente Castelo Branco, um dos principais acessos a Porto Alegre, ou alterá-lo para Avenida da Legalidade e da Democracia, como aprovado pelo legislativo municipal. Por trás da possível mudança, no entanto, há um debate de como o Brasil deve tratar sua história e sua memória.
Na opinião da professora Carla Simone Rodeghero, do Departamento e do Programa de Pós-graduação em História da UFRGS, esclarecer e retomar temas relacionados à ditadura militar é uma questão fundamental para a consolidação da democracia e da cidadania.
— Os opositores desta política podem dizer: "Ninguém sabe quem é Castelo Branco, não faz diferença nenhuma". No momento em que se troca o nome de uma avenida ou de uma escola, vai vir a público o porquê de trocar e vai se criar um espaço de discussão sobre esses temas — defende a professora. — Mexer no nome vai fazer lembrar quem eram os personagens e o que aconteceu no período. Não existe possibilidade de que alguém imponha o esquecimento — acrescenta.
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Coordenador-adjunto do Comitê Carlos de Ré, de defesa da justiça de transição e dos direitos humanos, o músico e compositor Raul Ellwanger define a medida como educativa, importante para que a juventude "conheça a história de seus pais, de seus avós e de seu país":
— Com o tempo, vai surgindo essa tendência popular, nas academias e nos meios políticos e jornalísticos de eliminar aqueles nomes que na ditadura foram colocados em logradouros, frutos de medidas de força. É o caso típico da chamada Castelo Branco, que sequer existe. Não há uma lei municipal criando este nome.
Ellwanger, que foi militante clandestino, condenado e exilado, usa o exemplo de outros países para sustentar sua ideia:
— Não temos nenhuma notícia de haver no Chile uma avenida Pinochet, nenhuma Videla na Argentina e nenhuma praça Hitler na Alemanha.
A mesma opinião tem a vereadora Fernanda Melchionna, autora da proposta de alterar o nome da Avenida Presidente Castelo Branco ao lado do vereador Pedro Ruas, ambos da bancada do PSOL na Câmara de Vereadores.
— Nosso projeto busca garantir a justiça de transição em um dos seus aspectos fundamentais: acabar com homenagens a ditadores, torturadores, pessoas que cometeram crimes contra a humanidade, como foram os anos de chumbo no Brasil, a ditadura militar, que teve Castelo Branco como primeiro ditador, responsável por desaparecimentos, torturas e violência contra a população — salienta.
Líder do PP na Câmara de Vereadores, Mônica Leal diz que os personagens que fazem parte da história da sociedade não podem ser apagados.
— Discordem ou não, figuras emblemáticas, de uma forma ou de outra, influenciaram a construção da história e precisam ser lembradas. Os acontecimentos passados e seus respectivos protagonistas têm um valor muito grande na construção da história de um povo. O que é um povo sem memória? O que foi consolidado ao longo do tempo não pode ser modificado simplesmente por razões ideológicas ou político-partidárias — afirma a parlamentar, uma das que votaram contra o projeto.
Fernanda contrapõe:
— Se o nome fosse "Avenida Ditador Castelo Branco, responsável por crimes contra a humanidade, mortes, tortura e desaparecimentos", seria história.
O coordenador da Comissão Estadual da Verdade (CEV-RS), Carlos Frederico Guazzelli, sugere que, além da mudança de denominação, seja mantida uma placa dizendo que, durante um período, o regime militar se “auto-homenageou”.
— A renomeação de logradouros públicos constitui uma das ações de memória, verdade e justiça — ressalta o defensor público. — O que ocorreu durante os 21 anos (de ditadura) tem o vício de origem da ilegitimidade — salienta.
O prazo para que Fortunati promulgue, vete ou silencie a respeito da mudança se encerra nesta sexta-feira. O projeto foi aprovado por 21 votos a cinco no dia 27 de agosto pelos vereadores. O fato de o nome proposto homenagear o movimento da Legalidade, liderado por Leonel Brizola, faz com que apoiadores da mudança acreditem que Fortunati, integrante do PDT do ex-governador, sancione o projeto.
*Zero Hora

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Aniversário da Casa de Cultura Mario Quintana


Parabéns à Casa de Cultura Mario Quintana que completa 24 anos.
No dia 25 de setembro de 1990, depois de uma ousada reforma, a casa foi aberta ao público. 
O antigo prédio do antigo Hotel Majestic transformou-se em um dos maiores e mais importantes espaços culturais de Porto Alegre.
Tive a honra de contribuir com esta instituição durante a minha gestão a frente da Secretaria de Estado da Cultura do RS, onde aplicamos medidas fundamentais de recuperação da sua infraestrutura, com reformas internas e restauro de elementos da fachada e promovemos a arte e a cultura com atividades de inclusão social, apostando na diversidade das ações e mantendo uma rica programação.










25 de setembro - Dia do Rádio





A data marca o nascimento de Roquete Pinto, chamado de "pai do rádio brasileiro", que fundou em 20 de abril de 1923, a primeira emissora do país.
Sempre digo que o rádio é o meu veículo de comunicação preferido, que traz a notícia em primeira mão, de forma instantânea, com agilidade, que entretém e presta um enorme serviço à população.
É o mais democrático, o mais portátil, o mais barato, que pode ser ouvido a qualquer hora e em qualquer lugar, ainda mais hoje, com tantas novas mídias de acesso.
Ligar o rádio é a primeira coisa que faço ao acordar, escuto no carro, no trabalho. Não passo sem ele.
Viva o rádio!







Refletir para comprender


Acho que as pessoas perderam a real noção de ética pessoal, que começa em não ser demais nunca.
Talvez porque minha regra de ouro é jamais fazer aos outros aquilo que eu não gostaria que me fizessem, e isso serve também para pequenas atitudes, é que não consigo aceitar o vale tudo da política.







quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Shaná Tová 5775!





Ao entardecer de hoje iniciam as celebrações do ano judaico de 5775.
O Rosh Hashaná, o Ano Novo judaico, dá início a um período de dez dias conhecido como Yamim Nora'im, um período de penitência e oração que termina com o Yom Kipur.
Estes dez dias são concedidos aos judeus do mundo inteiro para uma renovação espiritual. No Rosh Hashaná pede-se perdão pelos erros cometidos com seus semelhantes e comemora-se o início de um novo ciclo.
Registro meus votos de um ano doce e de paz e minha permanente admiração a toda comunidade judaica, especialmente a gaúcha, pelo orgulho que tem da sua origem, da sua história e que tão bem preserva suas tradições e sua cultura.
Shaná Tová!






terça-feira, 23 de setembro de 2014

O perfil de Ana Améia Lemos


Compartilho e recomendo a leitura do Perfil de Ana Amélia Lemos, candidata do PP ao Governo do Estado, com texto de Cláudia Laitano, que está publicado no jornal Zero Hora de hoje:




No Internet Movie Database (IMDb), maior e mais popular banco de dados sobre cinema, o verbete “Ana Amélia Lemos” é compreensivelmente sintético: “Ana Amélia Lemos is an actress, known for Não Aperta, Aparício (1970)”. A participação no filme estrelado por Grande Otelo e José Mendes é breve, mas não passa despercebida. Ana Amélia aparece nos 10 primeiros minutos, no papel da artista de circo Miss Meri, “a maior equilibrista das Américas”.
– Continuo sendo equilibrista – brinca a candidata.
A pouco menos de duas semanas das eleições, sua posição na corda bamba das pesquisas foi mantida mesmo com a recente revelação de que atuou em um cargo de confiança no gabinete do marido, então senador biônico nomeado pela Arena, durante um período de 11 meses entre 1986 e 1987 (antes da Constituição de 1988, que tornou ilegal o nepotismo na administração pública, argumenta a senadora). Na pesquisa do Datafolha divulgada na quinta-feira, a candidata da coligação SD/PRB/PSDB/PP aparece com 37% das intenções de voto.
A brevíssima experiência cinematográfica e o período em que assessorou o marido foram desvios de rota profissional em uma trajetória marcada por foco (na carreira jornalística e depois na política), objetivos claros e determinação – temperados por um gênio forte.
Dependendo do interlocutor convidado a descrever os traços mais marcantes da sua personalidade, Ana Amélia pode ser definida como “difícil e exigente” ou como “generosa, mas exigente”. A senadora admite que cobra empenho de quem a cerca, e atribui parte da culpa pela imagem de intransigência à astrologia:
– Sou de Áries, sou impaciente. As pessoas às vezes não entendem, mas sou do tipo que, se precisar, varre esta sala, carrega esta cadeira (antes de começar a entrevista, ela havia realmente carregado a própria cadeira para o local mais apropriado para a conversa). Eu me impaciento quando vejo que uma pessoa tem capacidade, mas não faz, ou erra por falta de comprometimento ou desatenção.
Um dos colaboradores mais próximos de Ana Amélia desde a campanha para a eleição ao Senado, Marco Aurélio Ferreira, chefe do gabinete da senadora em Brasília e atual coordenador da campanha para o governo, foi a primeira pessoa a perceber que a origem humilde e rural da candidata poderia ser usada para humanizar a imagem sisuda da jornalista. Os dois se conheceram em uma pré-convenção do PP, em maio de 2010, e desde então Marco Aurélio é o braço direito da senadora – tão próximo que os dois tornaram-se vizinhos em Canela, para onde Ana Amélia transferiu seu domicílio eleitoral.
– As pessoas conheciam a jornalista, mas não sabiam da história pessoal dela, que é parecida com a de muitos gaúchos do Interior. Naquela pré-convenção, eu disse a Ana Amélia que ela precisava se apresentar, mostrar quem ela era, apesar de já ser muito conhecida – lembra Marco Aurélio, 42 anos, natural de Ijuí.
A estratégia deu certo: os cerca de 2,5 mil correligionários saíram daquela convenção convencidos das chances de Ana Amélia de conquistar uma vaga no Senado. Com um total de 3.401.241 votos (número que a candidata tem sempre na ponta da língua), a jornalista foi conduzida ao Congresso na eleição de 2010.
Recebendo ZH na casa da zona sul de Porto Alegre onde funciona o quartel-general da campanha, a candidata narra a própria trajetória com objetividade de jornalista – e cálculo de político.
Ana Amélia nasceu em 23 de março de 1945 em Clemente Argolo, interior de Lagoa Vermelha. Mais velha dos nove filhos do marceneiro João Laureano de Lemos e da dona de casa Cilene Daros de Lemos, ambos já falecidos, ela ainda não havia frequentado a escola quando a primeira oportunidade para mudar de vida cruzou seu caminho.
– Minha mãe me mandou comprar alguma coisa no armazém, e quando cheguei lá vi uma senhora muito elegante, que chamou minha atenção. Ela reparou que eu estava olhando e me perguntou se eu não queria ir morar com ela em Porto Alegre, como dama de companhia. Aceitei na hora.
Poucos dias depois, em julho de 1954, uma menina de nove anos acostumada a andar descalça em ruas empoeiradas, “como as do Velho Oeste”, sem luz elétrica ou banheiro dentro de casa, desembarcava em um apartamento do oitavo andar da Avenida Independência, um dos endereços mais elegantes da cidade na época, e andava de elevador pela primeira vez. O choque de estilos de vida não poderia ter sido maior, mas a adaptação foi mais fácil do que se poderia imaginar.
– Em uma semana, eu já me sentia em casa – conta.
Em Porto Alegre, Ana Amélia foi matriculada no Grupo Escolar Argentina. Ganhou luvas, meias, sapatos e lições de como se comportar como uma mocinha de sociedade. Em troca, acompanhava a benfeitora, a viúva Rosita Dornelles Ache, em seus compromissos sociais e fazia pequenos serviços em casa. Foi transferida mais tarde para a Escola Estadual Othelo Rosa, onde não chegou a completar os estudos porque, depois de quatro anos longe de casa, começou a sentir-se dividida entre a vida confortável que levava e a saudade dos pais e irmãos – e acabou voltando para Lagoa Vermelha.
Em Porto Alegre, Ana Amélia tinha ouvido falar de Leonel Brizola e de como ele havia estudado engenharia graças a uma bolsa de estudos. Quando chegou a hora de cursar o ginásio e percebeu que a família não teria condições para pagar, teve a ideia de escrever uma carta ao governador Brizola pedindo uma bolsa no internato da Escola Normal Rainha da Paz, de Lagoa Vermelha. Dois meses depois, chegou a resposta, endereçada à “senhora Ana Amélia”, concedendo a ajuda. Para pagar os livros e o uniforme, a estudante empregavase, “nas férias grandes”, como balconista. No último ano do Normal, começou a trabalhar como auxiliar de disciplina em uma escola pública à noite, e foi graças a esse emprego que conseguiu se transferir para Porto Alegre, onde se instalou em um pensionato e planejou os próximos passos da vida profissional.
Decidida a continuar estudando, escolheu o curso de Serviço Social, mas não foi aprovada no exame psicotécnico, que era eliminatório. Pensou então em fazer Direito, mas não tinha estudado latim o suficiente.
– Todos nós temos um destino já escrito. Não é fatalismo, é uma crença: Maktub. Está escrito – reflete.
Escrito ou não, seu destino era o jornalismo – uma profissão ainda pouco comum para moças no final dos anos 1960. Prestou vestibular para o curso de Comunicação da PUC em 1967. Apesar da efervescência política da época, a jovem universitária passou ao largo do movimento estudantil.
– Meu negócio era a sobrevivência, não tinha uma percepção clara da política naquele momento – admite.
Com a ajuda do então deputado estadual da Arena Octávio Omar Cardoso, que havia sido promotor em Lagoa Vermelha e para quem a mãe da senadora havia trabalhado, Ana Amélia conseguiu uma bolsa da Assembleia Legislativa para cursar a faculdade. Em 1973, Octávio Cardoso, 15 anos mais velho, separou-se da mulher, com quem teve três filhas, para unir-se a Ana Amélia. Os dois não tiveram filhos e ficaram juntos até a morte dele, em 27 de fevereiro de 2011 – menos de um mês depois da posse dela no Senado.
Ana Amélia faz questão de mencionar, nome por nome, cada uma das pessoas que lhe “estenderam a mão”, de uma forma ou de outra – da senhora que a levou para Porto Alegre na infância ao ex-governador que lhe deu uma bolsa de estudos. Nessa lista, não faltam os muitos empresários e profissionais do mercado financeiro que ajudaram a completar sua formação, a partir de 1970, quando começou a trabalhar no Jornal do Comércio.
– Eu pedia para me explicarem os conceitos que não entendia e assim fui aprendendo. Percebi que havia um caminho se abrindo nessa área – conta a jornalista, que se orgulha de ter sido uma das primeiras mulheres a se dedicar ao jornalismo econômico no país.
Em 1977, Ana Amélia começou a trabalhar no Grupo RBS – onde ficou até 2010, quando se desligou da empresa para concorrer. Foi repórter de economia, produtora e apresentadora de TV até 1979, quando foi transferida para a Sucursal de Brasília, acompanhando Octávio Cardoso, que fora nomea- do diretor de Recursos Humanos da Caixa Econômica Federal e mais tarde assumiria o cargo de senador como suplente de Tarso Dutra (entre 1983 e 1987). Em Brasília, como não poderia deixar de ser, começou a se afastar da economia para focar no jornalismo político.
– De Figueiredo a Dilma, todos os presidentes da República me conheciam pelo nome – afirma.
Durante os anos de atividade jornalística, Ana Amélia acostumou-se a receber em casa presidentes e outras autoridades, ganhando experiência e traquejo como anfitriã. Também percorreu boa parte do mundo cobrindo viagens oficiais. Aos lugares que mais gostava, procurava voltar com o marido – Alemanha e Espanha estavam entre os destinos preferidos do casal. Na sala em que grava os vídeos para a propaganda eleitoral, colocou porta-retratos em que aparece ao lado de Fidel Castro e do papa João Paulo II.
Por toda essa experiência do outro lado da vidraça, Ana Amélia chegou ao Congresso sabendo exatamente como a máquina política funciona. Como senadora, firmou a imagem de parlamentar assídua e que trabalha muitas horas por dia. Atua em várias comissões e mais recentemente tem dado especial atenção a projetos na área de saúde – o mais importante até agora é o que determina que os planos de saúde incluam a quimioterapia oral no tratamento do câncer. Seu nome também costuma ser ligado à defesa das causas do agronegócio.
Depois da morte do marido, Ana Amélia deixou a casa em que o casal morava e se mudou para um “apertamento”, como ela define, na Asa Norte. Em Brasília, tem uma rotina metódica, que inclui caminhadas de manhã, antes de ir para o Senado, e refeições leves, que a empregada prepara e ela leva em uma marmita para o Congresso. A praticidade e a organização pautam seu dia a dia e seus hábitos. A costureira Hildney escolhe os tecidos e confecciona os terninhos clássicos e as camisas que ela veste – sem nem mesmo precisar experimentar antes. Usa maquiagem antialérgica e nunca abre mão dos brincos. Se precisar arrumar o cabelo ou fazer as unhas, utiliza o salão do Senado.
Ser exigente e ter temperamento forte, “como todos os arianos”, pode ser desgastante. Em janeiro, a senadora passou alguns dias no Spa Tour Life, em Montenegro, e gostou tanto da experiência que pretende voltar depois da campanha. Ela andava se sentindo estressada, quase deprimida – “por incrível que pareça”. Com a ajuda de uma psicóloga, entendeu que ainda estava vivendo o período de luto pela perda do companheiro de quase 40 anos. Mesmo satisfeita com os insights que a psicóloga provocou, Ana Amélia nunca fez, nem cogita fazer, psicanálise.
– Se eu tivesse um analista, seria o analista de Bagé – brinca, fazendo referência ao personagem de Luis Fernando Verissimo, célebre por recomendar aos pacientes um único tipo de terapia para resolver todos os problemas: o bom e velho joelhaço.
MOMENTO EMBLEMÁTICO
Ana Amélia escolheu a convenção nacional do PP, realizada em 25 de junho deste ano, como um momento marcante de sua carreira política. Contra a posição do presidente do partido, o senador Ciro Nogueira (PI), que propôs o apoio à presidente Dilma Rousseff na campanha pela reeleição, Ana Amélia defendeu a neutralidade do PP – e anunciou apoio a Aécio Neves.

TEXTO                                                                                                                                        FOTO          
CLÁUDIA LAITANO                                                                                                                   JÚLIO CORDEIRO