quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Re: Por uma Porto Alegre sem pichação


Após o envio através do meu mailing, do artigo “Por uma Porto Alegre sem pichação”, sobre o avanço das pichações na capital do RS, também postado aqui no Blog no dia 14/11, recebi retornos e comentários sobre o tema, por e-mail e pelo Facebook, que considero contribuições à causa e que venho aqui agradecer e compartilhar:


Há uns dias tirei esta foto e ia escrever este post: "Pichadores são cães metidos a artistas que urinam em qualquer altura do poste (@dt)" e hoje recebi o texto abaixo da Vereadora Mônica Leal
Photo By @dt 

Marcos Mucillo Daudt 

Foto: Marcos Muccilo Daudt

Cara vereadora!

Parabéns pela iniciativa e por todo seu trabalho desenvolvido ao longo de sua vida pública.
Você, tanto quanto seu pai, são pessoas que fazem a diferença.

Abraços
Hilário Werner


Parabenizo a nossa vereadora pela brilhante colocação de repúdio aos atos de vandalismo aos nossos monumentos e símbolos municipais. Continue assim e sempre terá o apoio de cidadãos de bem desta cidade. Legitima representante da carreira honrada de nosso sempre combativo e inesquecível vereador Pedro Américo Leal. Um abraço fraterno do seu sempre eleitor.

Luiz C. Brum.


 Prezada Vereadora

Também não concordamos com as pichações. Uma forma de protesto muito sem noção do que é cidadania.
Atenciosamente

Alfredo Gui Ferreira
Presidente da AGAPAN



 Bom dia Vereadora Mônica Leal

Li com atenção o teor da mensagem enviada. De acordo, pichadores não tem qualquer compromisso com a cidade, e, tal abuso continua por falta de sanções mais contudentes, digamos assim.
Neste país, tem é muita moleza para quem comete crimes de toda ordem.
Assim, fico triste, por exemplo, quando passo pelo Viaduto Otávio Rocha, sempre pichado, de tempos em tempo alguma limpeza é feita. Quem paga a conta, somos todos nós, quando tais verbas poderiam estar sendo destinadas a outras àreas.
Pichador devia cumprir algum tempo na cadeia, além de limpar o que sujou.
Grafitagem é bem vinda, e mesmo assim, mister que se estude onde fazê-la, ao menos é arte e agradável aos olhos.
Deveria também ter algum  procedimento educativo para transformar pichadores em grafiteiros, por exemplo. Mas, ai vai de cada ser, pois, quando alguém quer se ajudar, toma atitude. 

Abraços
Hermógenes  


 Boa tarde, Sra Mônica.

 Sou-lhe grata por ter a coragem de mexer neste VESPEIRO  da vagabundagem e da desorganização. Lembro, com tristeza, do episódio ocorrido numa escola aí de Porto Alegre, que após um mutirão de limpeza, pelo próprio colégio, um PIVETE do próprio educandário a pichou (educandário, estranho, não?) e, após a intervenção da professora, o intimando, a boa mãe entrou com denúncia contra o colégio. Pichação é o reflexo da má qualidade do ensino, do nivelamento que está sendo feito por baixo, haja vista o TOMADA DA USP, pelos universitários.
Tem meu total endosso contra estes desmandos. Que sejam responsabilizados e paguem pelos seus atos. Black blocs poderão, se tiverem a complacência do desgoverno que se instalou, fazerem USUCAPIÃO deste nosso sofrido BRASIL.
      
Com estima de Rosa Maria Baldissera Japur


 Senhora Vereadora,

Pois já existe a Lei 12.408/11 que faz a diferença entre pichação e grafite. Grafite é considerada uma forma de arte, diferentemente da pichação. O problema reside nos critérios para se definir o que é arte. Muito já escrevi sobre isso na minha dissertação de mestrado, no curso de direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, bem como no meu trabalho de especialização na mesma Universidade. Gosto de uma cidade colorida, com muito grafite. Gosto das letras coloridas e considero que já há regras legais que protegem o patrimônio histórico e cultural sem a necessidade de se perder mais tempo com isso, quando existem questões mais urgentes para serem resolvidas. Concordo que se deva investir mais em educação, sempre. Se consideramos que os pichadores são pessoas que necessitam de atenção, talvez o mais correto seja buscar atividades de ressocialização e direcionamento desse desejo de pichar para um trabalho artístico, com oficinas que tratem, inclusive, do respeito ao patrimônio cultural.

Atenciosamente,
Leandro Michel Antonelo Pereira


 Prezada Mônica!

Boa tarde!
Lendo o teu sempre atrativo e informativo blog, concordo plenamente com o post cujo título em 14.11.2013 foi "Por uma Porto Alegre sem Pichação".
Concordando plenamente à tua iniciativa, tomo a liberdade de te enviar, para publicação - se assim entenderes útil e pertinente - um artigo meu exatamente nestes mesmos termos e que foi publicado na edição do Jornal do Comércio de 28 de maio deste ano.

Abração.
Antônio Augusto.

Pichação não é arte

         A “pichação” das cidades se tornou um fenômeno global. Muros, fachadas, transportes coletivos, monumentos, viadutos e escolas estão entre os alvos priorizados por pichadores que, após agredir o meio ambiente com tintas e sprays, se jactam dos seus feitos nas redes sociais. Quanto maior a visibilidade, a circulação de pessoas e a dificuldade de acesso, mais atrativa se torna a edificação eleita; se revestida de materiais que dificultam a remoção dos logotipos, codinomes e assinaturas, maior será o reconhecimento do pichador perante o seu grupo ou comunidade.
         O tema se revela aflitivo, mobilizando a atenção e preocupação de autoridades, meios de comunicação e acadêmicos através de campanhas, documentários, dissertações e até mesmo de uma literatura especializada na decodificação dos caracteres utilizados nos grafismos. No entanto, esta indiscriminada forma de conspurcação da paisagem urbana não desperta mínimo interesse ou simpatia na maioria das pessoas. Antes pelo contrário. Afinal, se trata de uma transgressão onde os espaços pichados carecem de autorização, causando ofensa ao patrimônio, ao espaço e sossego alheios. Porém, na busca de fama ou admiração pelos demais grupos, muitas vezes registrando suas marcas em condições de risco e pouco equilíbrio, os infratores praticam ilícitos civis e criminais que não escapam aos poderes públicos. Abordagens e autuações resultam em penas que vão da multa à detenção, passando pelo ressarcimento de danos e prestação de serviços à comunidade, culminando, ocasionalmente, em tratamentos psiquiátricos, sendo que inúmeros condenados são adolescentes ou menores de idade.
         Este conflito noturno e onipresente de artimanhas travado à margem da lei desfigura a paisagem urbana através de sinais e símbolos que, embora dominados pela anemia estética, subvertem e depreciam a arquitetura das cidades. E não há nada de poético ou admirável nisso. A poluição visual resultante das pichações expressa descaso e vandalismo por aqueles que a executam, jamais uma manifestação artística. Arte definitivamente não é isto.

Antônio Augusto Mayer dos Santos
Advogado e professor









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