quarta-feira, 17 de abril de 2013

Protesto, sim. Vandalismo, não!



Manifestantes depredando o prédio da Prefeitura de Porto Alegre. Foto: Mauro Schaefer

Passada a violenta manifestação do dia 27 de março pela redução do valor da passagem de ônibus de Porto Alegre, restou aos cofres públicos um prejuízo de, no mínimo, cento e trinta mil reais.
No ataque ao Paço Municipal, que é tombado, só o restauro da antiga porta de madeira custará quinze mil reais e a conta até ali estava em trinta mil reais.
Porém, em novas manifestações ocorridas, organizadas nas redes sociais, o prejuízo aumentou com a depredação e as pichações da sede da EPTC, ocorridas após a notícia de que o aumento foi retirado.
Na mais recente investida, na sede da ATP, a caminhada que culminou com destruição, reivindicava uma redução maior no preço da passagem e o rastro que deixou foi mais setenta mil reais em perdas materiais.
Aqui, gostaria de exteriorizar minha indignação e cobrança de punição criminal a esses vândalos.
Como ex-secretária da Cultura do Estado, que fez uma gestão zelosa com o dinheiro público e focada em muitas ações pela preservação do patrimônio histórico; como vereadora que criou o serviço Disque-Pichação, deixo meu questionamento sobre a necessidade dos atos de vandalismo.
Parto do princípio de que todo protesto pode ocorrer, desde que respeitoso com quem não está nele.
É possível chamar atenção e atingir objetivos com palavras, com mobilizações, marchas organizadas, com faixas, cartazes, caras-pintadas, carros de som, o que for.
Mas, agressão e violência maculam qualquer tentativa destinada à busca de melhorias para o bem-comum.
Além dos prejuízos para os cofres municipais, a primeira manifestação, em frente à prefeitura, particularmente, deixou um prejuízo pessoal não só para os funcionários, que tiveram seu direito de ir e vir impedido, no momento em que ficaram presos dentro do prédio, acuados e ameaçados em sua integridade física, como também para os cidadãos, que ficaram trancados no trânsito do centro da cidade, que não tinham transporte para voltar para suas casas, que perderam seus compromissos.
Desde quando impossibilitar o acesso das pessoas a seus destinos é algo pacífico, como anunciavam as manifestações?
É pelo amor que tenho à minha cidade, pelo seu patrimônio, pela história da nossa capital, que me incomodou tanto vê-la desrespeitada.
E insisto: protesto, sim, vandalismo, não!


Sede da EPTC também foi alvo dos protestos 
Foto: Divulgação PMPA


O prédio da ATP sendo atacado 
Foto: Ramiro Furquim
















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