terça-feira, 12 de junho de 2012

Lembranças




Hoje, nesse Dia dos Namorados, me peguei fazendo uma retrospectiva dos meus tempos de guria e logo me vieram na lembrança as festas daquela época.
Ah, coisa boa que era, porque se ia a esses eventos para dançar. Sempre adorei dançar !   
As reuniões dançantes na casa das minhas amigas, os bailes de debutantes dos clubes de Porto Alegre e as comemorações dos aniversários de quinze anos das meninas da turma, eram datas muito esperadas e eu não queria perder nenhuma.
Claro que havia a angústia da permissão dos meus pais, que passava pelo bom comportamento em casa - não podia brigar com minhas irmãs e nem ter notas vermelhas no boletim e muito menos matar aulas. 
Qualquer anotação na caderneta era um exílio por longo tempo, então, eu me concentrava para não sair da linha, o que por vezes era um enorme sacrifício, já que venho de família grande e tinha a responsabilidade de cuidar das minhas irmãs menores e obedecer os irmãos maiores. Era uma sentença de morte para mim ficar de castigo em temporada de bailes.




Acompanhada pelos meus dois irmãos: João Pedro e João Paulo




Naquela época as boates estavam no auge da moda e a mais badalada era o Encouraçado Butekim. Claro que o meu sonho dourado era conhecê-la e usava todos os argumentos possíveis e imaginários para sensibilizar meu pai como: " Todas as minhas amigas vão, só eu que não ...”. " Desse jeito não vou ter mais nenhuma amiga...”.
Até uma greve de fome eu tentei fazer, mas tudo em vão, porque meu pai com toda a calma apenas respondia: " Você não é todo mundo” ou “ Você vai poder ir quando tiver dezoito anos”.
Com isso, me contentava com as festas permitidas que ia acompanhada pelos meus dois irmãos: João Pedro e João Paulo. Essa era uma coisa que meu pai não abria mão e lá ia eu, feliz da vida, escoltada pela bela dupla que fazia um sucesso danado entre as minhas amigas, o que já me dava uma certa importância. Por sorte eles tinham também uma turma de amigos muito queridos, quase todos colegas do Colégio Rosário e dos escoteiros.   
Dentro desse clima peculiar, até inocente dessa época, quando tive de fato meu primeiro namorado, demorei seis meses para dar a mão e tinha que andar sempre acompanhada de um " chá de pera ". Ah, ainda havia dia para namorar, hora para chegar e ir embora. Outra coisa, as festas começavam as 21h e terminavam o mais tardar a 1h da manhã.
A bebida era refrigerante e cuba libre, sanduíche feito pelas meninas e o ponto alto era uma luz mais escurinha. A receita? Pintávamos as lâmpadas com tinta têmpera azul, verde ou vermelha!
Momentos inesquecíveis e que até hoje me transmitem frescor, juventude, aventura e romantismo, coisas que em qualquer idade os namoros devem ter.


                                                                                                               

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