quarta-feira, 23 de novembro de 2011

30 Anos de fraternidade


Como para mim palavra dada é um compromisso sagrado e prometi contar aqui no blog sobre o evento da comunidade judaica, aqui estou para fazer o relato.
Primeiro, quero dizer que cada vez mais me convenço que para vencer na vida é preciso ter organização e isso vale para tudo, desde um simples almoço com as amigas, encontros familiares, compromissos de trabalho, reuniões importantes, até eventos sociais.
Se não houver planejamento, fica complicado compatibilizar nossa vida pessoal com nossa vida profissional.
Um bom exemplo disso foi o desse compromisso.
Era importante eu ir na festa da comunidade judaica, tenho fortes vínculos afetivos com todos, além do que,  havia prometido comparecer, então, nem cogitei da possibilidade de faltar, mas, para isso acontecer, tinha que montar uma estratégia.
É que nas segundas, terças e quartas-feiras, eu participo do programa de tevê Pampa News.
O horário que termina o programa -19h45min - mais o trânsito de Porto Alegre, deixavam claro que não havia a menor possibilidade de passar em casa para me arrumar, sob pena de perder o início da solenidade.
Então, eu sai de casa pronta, ou seja, de vestido, colar de pérolas, brincos e maquiagem, mas amenizei essa produção festiva, colocando um sapato de salto baixo e um blazer por cima.
No meu carro, estavam a bolsa de cetim e os sapatos, que coloquei quando sai direto da Rede Pampa para o Clube Leopoldina Juvenil.
O Alexandre estava me aguardando dentro do salão e cheguei um pouco antes do evento começar.
Deu tempo, inclusive, para conversar com a Nara e o Nelson Sirotsky e com a Matilde e o Pedro Gus.
O salão Imperatriz estava repleto, acho que havia cerca de 700 pessoas.
A festa foi organizada pela dupla Iara e Roberta Jalfim. A decoração estava linda e a comida deliciosa, tudo impecável. Mãe e filha são imbatíveis, sou fã delas!
Os discursos foram informativos e afetivos. Cada um dos oradores deu seu toque pessoal e isso, na minha opinião, foi o ponto alto da comemoração.
O rabino Alejandro Lilienthal contou da sua busca religiosa e vida familiar na Florida.
O rabino Mendel, mais uma vez, me surpreendeu com sua simplicidade quando agradeceu a presença de todos na sua trajetória de 30 anos em Porto Alegre. Admiro o Mendel, que é um religioso ortodoxo consigo mesmo, sem isso jamais interferir no convívio com pessoas de outras religiões. Digo isso com conhecimento de causa, pois sou católica praticante e amiga dele.
A Mimi Liberow,  esposa do rabino,  quando falou abriu o coração de mãe, esposa e professora dedicada a difundir o judaísmo para a comunidade de Porto Alegre. Ela fez uma breve retrospectiva desses 30 anos, das dificuldades, das renúncias, da saudade da sua terra natal, os Estados Unidos, que foram compensadas pela sinceridade e boa acolhida das pessoas que conheceu. Confesso que fiquei impressionada com a força daquela mulher de fisionomia delicada e até mesmo frágil. Eu, que conheço a Mimi há muito tempo não tinha me dado conta da caminhada difícil que havia feito. Ela é o tipo de pessoa que só fala coisas boas. Fiquei mais encantada ainda com essa doce fortaleza que é a Mimi. Aliás, penso que para o casal Mimi e Mendel, cai como uma luva o ditado: “A fé remove montanhas”. 
Depois se pronunciaram o Nelson Sirotsky e o prefeito Fortunati, que foi muito feliz ao registrar a importância da construção do Centro Cultural Judaico na capital dos gaúchos.
O Nelson, no seu discurso, arrancou risos de todos os convidados. Ele contou que há uns anos atrás, numa festividade da sinagoga Henrique Dias, foi o recebimento da nova Torá - livro sagrado do judaísmo. Havia muitas pessoas alegres, cantando e dançando na celebração e ele, que estava meio cansado pelo dia intenso de trabalho, ficou por alguns momentos um pouco para trás, parado, somente assistindo a beleza daquilo, quando aproximou-se uma senhora para conversar com ele num sotaque idische - idioma que é falado pelos judeus da diáspora, que é uma mistura do russo, alemão e outros mais. Vejam que espetáculo foi esse diálogo:

Senhora: É verdade que o senhor deu essa Torá?
Nelson: Sim, eu e minha família.
Senhora: Toma cuidado com o rabino. 
Nelson: Por que? 
Senhora: Ele vai pedir uma sinagoga.
O Nelson, surpreso e sem responder, olhou para ela.
Senhora: E se o rabino pedir a sinagoga, o senhor vai dar?
Nelson: Tenho que ver....
Senhora: Então, eu vou lhe deixar meu cartão, porque sou corretora de imóveis.
Risada geral na platéia.


Depois dos pronunciamentos, das homenagens às pessoas que colaboraram com a comunidade judaica , da apresentação do projeto do Centro Cultural de Daniel Libeskind, um dos arquitetos mais conceituados do mundo, que tem como objetivo unir cultura judaica e universal, tecnologia e arte na capital gaúcha,foi a vez de reencontrar amigos queridos que eu não via há tempos.
Ah! Que coisa boa falar com a Gisa e o Norberto, Nara e Nelson, Sofia e Leonidas, Elenita e Thelmo, Matilde e Pedro, Beatriz Renato, Sidney, Mimi e Mendel, Moema e Lairson, Marisa e outras pessoas que eu gosto tanto...
Adorei ver o Beto, que é amigo de infância do Felipe, que cresceram e estudaram juntos. Lembramos da torta de chocolate e da gelatina cor-de-rosa que eu fazia para o lanche da turma que vinha do futebol louca de fome. 
Me senti pequena para tantos abraços. Foi uma noite de mega emoção. Todos com quem eu falei queriam saber dos meus planos profissionais. Senti que, independente da minha área de atuação, tenho uma torcida fiel e forte. Muitos disseram me assistir no Pampa News.
Jamais esquecerei as demonstrações de afeto que recebi nesse evento dos 30 anos de Beit Lubavitch. 


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