quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A vida num toque


Todo brasileiro deve saber que o uso do celular quando se está dirigindo é proibido pelo Código Nacional de Trânsito, pois falar ao telefone quando se está ao volante é um comprovado fator de distração causador de acidentes.
Notícias recentes trazem um aumento de 30% no número de infrações no Rio Grande do Sul causadas pelo uso desses aparelhos.
São vários números, porcentagens e estatísticas que as pesquisas e reportagens vêm mostrando, mas o fato é que além de aumentar o número de celulares em uso, aumentou a prática de utilizá-los enquanto se dirige.
Não bastassem as ligações, motoristas agora checam redes sociais, seus e-mails e enviam mensagens.
Digitar um SMS ou um whatsapp, por exemplo, envolve três fatores de distração ao mesmo tempo, que são distrações visuais, manuais e mentais.
O condicionamento, o apego e a dependência ao uso do celular hoje é impressionante e as pessoas estão 24 horas alertas ao barulho das notificações que chegam e não conseguem resistir em dar aquela olhada rápida, que parece que não vai causar problemas.
Resistir é não atender quando o telefone toca no carro e firme é a pessoa que consegue se disciplinar no uso do celular nessa condição.
E aí entra um segundo fator: o conteúdo das informações que a pessoa recebe, que pode ser bom ou ruim, de cunho emocional, que pode provocar uma reação inesperada, como sei de dois casos de conhecidos que passaram por isso e quase prejudicaram a si e a quem estivesse em volta, parando o carro bruscamente e avançando sobre a calçada.
Quem envia algo que pode ser bombástico ou devastador, não pensa em que situação o seu destinatário se encontra ou onde ele está.
Creio que não podemos jamais esquecer o cuidado com o outro.
Há coisas que não deveriam ser enviadas via celular, deveriam ser faladas pessoalmente. 
Contribui para tudo isso essa comunicação urgente, instantânea e maciça do mundo atual, que se bem usada é útil e necessária, mas, que se servindo de tantas novas tecnologias, promove a urgência de querermos estar sempre ligados para receber informações, o que pode nos colocar em risco. 
É o lado perigoso dos celulares, que contêm em si um mundo de ferramentas sedutoras que nos chamam a todo momento, cooperando com essa instantaneidade digital, com a pressa dos contatos à distância, se sobrepondo aos encontros pessoais.
Essa urgência da comunicação e o afastamento das pessoas precisam ser revistos.
Temos que perceber e nos conscientizar que o contato presencial ainda é a melhor maneira de estabelecer e solidificar relações e resolver situações.














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