sábado, 8 de janeiro de 2011

Curtas do Veraneio

Que a vida pública torna as pessoas conhecidas e que elas são observadas, analisadas, criticadas ou elogiadas, não é nenhuma surpresa para mim, porque sou filha de político e desde que me conheço por gente, convivo com os prós e contras disso. Até aí tudo bem e não estou reclamando não, pelo contrário. Acho muito interessante e confesso que me encanta a proximidade com o povo que isso possibilita. As pessoas falam como se me conhecessem há muito tempo. Olha só o que me aconteceu esses dias que estou aqui em Torres.

Episódio I: Faço praia na rua em frente ao meu edifício, que é a Praia Grande. Faz mais de quarenta anos que frequento a mesma praia e gosto dali porque conheço todo mundo e tem uma boa infra estrutura. É que tem um pessoal que trabalha colocando e retirando os guarda-sóis, as cadeiras, sem a gente se preocupar com isso. Na prática ajuda muito, pois torna o veraneio bem mais leve, visto que se tem uma coisa que nós mulheres não temos é a força física. Voltando ao que eu queria registrar, eu estava chegando de mãos dadas com a Martina e caminhava na passarela de bambu que faz a travessia pela areia, quando uma moça muito bonita olhou para mim e falou: "Quem é essa menina linda?!” Eu, muito exibida prontamente respondi: "É linda mesmo e é minha neta”. Ela então perguntou:" É filha da tua filha"? Eu respondi que sim e ela falou antes mesmo que eu fizesse qualquer comentário: "Eu logo ïmaginei, porque filho de filho homem é diferente, a gente tem menos contato e quando tem é mais formal, não é assim como está parecendo que tens com essa menina." Fiquei grilada com aquela informação de utilidade feminina e perguntei:"tens netos"? Ela então falou: "Sim, dois, que são filhos do meu filho". Cheguei na beira da praia e a jovem senhora continuava a falar da sua vida com tamanha naturalidade que me chamava pelo nome, dizendo que me conhecia das campanhas políticas. Bem, eu agora vivo também a experiência de ser avó através do meu filho, Marcelo, mas não tenho a mesma opinião formada por ela sobre as diferenças no tratamento dos netos.

Episódio II: Aqui em Torres tem uma cafeteria no centro que é minha parada obrigatória no final da tarde. Sempre vou lá sozinha ou acompanhada da família e amigos.É muito legal, porque além do café que é saboroso, encontro pessoas queridas e tenho a oportunidade de colocar a conversa em dia. A minha filha Juliana está passando uns dias comigo aqui na praia e tem ido na cafeteria também.Pois não é que estávamos as duas sentadas numa das mesas na calçada e aproximou-se um senhor muito educado e simpático que disse:"Oi Monica, eu votei em ti, sempre voto e fiquei chateado que não deu dessa vez, mas vai dar na próxima, eu sei que vai". O cidadão em pé  na nossa frente falava como um amigo sentido com a minha derrota nas urnas e eu me peguei confortando ele. Terminada a conversa, depois de um tempo, ele despediu-se nos convidando para um café dia desses. A Juliana então me perguntou quem era e eu respondi que não sabia. Ela incrédula disse: "Mas ele falou como se fosse um grande amigo teu!". 

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