sábado, 20 de fevereiro de 2010

Cavalgar, sempre!

Escrevo esse nosso 'bate-papo' antes de pegar a estrada rumo a Palmares do Sul para participar da 26ª Cavalgada do Mar. A essa hora da madrugada, provavelmente, a maioria das pessoas estão dormindo. Quando nos reencontrarmos, aqui nessa página, eu já terei cavalgado muitos quilômetros pelas praias gaúchas ao lado de três mil cavalarianos.

A Cavalgada do Mar entrou na minha vida em fevereiro de 2007, quando eu assumi a Secretaria de Estado da Cultura e representei a Governadora Yeda Crusius. Foi no Parque do Balonismo, em Torres, que, pela primeira vez, eu vi os milhares de homens enchapelados, montados em seus cavalos, imbuídos de uma única causa: manter viva a história e os costumes do gaúcho campeiro. Nesse dia, eu fui apresentada para o comandante da Cavalgada, Vilmar Romera, que, com seu entusiasmo, liderava os três mil homens, mulheres e crianças em seus cavalos, que seguiam atrás de uma comissão empunhando bandeiras coloridas do Rio Grande do Sul. Eu fiquei maravilhada por aquele movimento de civismo. Acho que, por ser filha de militar, tenho muito forte, "impresso" em mim, o amor pela nossa terra e nossa gente. Naquela manhã ensolarada e quente de fevereiro, descobri que tinha muita sintonia com aquele segmento da cultura, e decidi segui-lo e divulgá-lo ainda mais. Saí dali satisfeita e cheia de planos. Era uma maneira que encontrara para exteriorizar minha devoção pelos nossos símbolos e pela nossa pátria gaúcha.

Passado uns dias da cavalgada, eu pedi ao Rodrigo Gorski, que é do Alegrete e trabalha comigo há muitos anos, que procurasse um local onde eu pudesse aprender a montar a cavalo, pois dali para a frente queria participar dos eventos dessa natureza. Ele então, sugeriu o sítio e os cavalos do Comandante Romera, que, prontamente, colocou tudo à nossa disposição. Assim, sempre que minha agenda permitia, lá ia eu, no final do dia, cavalgar.

Numa das minhas viagens a trabalho pelo interior do Estado estive em Unistalda e conheci a fazenda da família Gessinger, onde cavalguei com Rudolf, que é filho do Ruy e da Maristela, e foi esse menino que me ensinou a segurar corretamente as rédeas do cavalo e, dali para frente, eu nunca mais parei de buscar aperfeiçoamento nessa prática. Também resolvi fazer aulas de hipismo na Brigada Militar, e o Capitão Estevão, com seu conhecimento e paciência, tornou-se meu professor de hipismo em Porto Alegre. Hoje eu posso dizer que sei montar e agradeço a todas as pessoas que me ajudaram a realizar esse sonho. Cada um, da sua maneira, foi importante nesse meu aprendizado e isso ficará guardado para sempre no meu coração de maneira muito especial.

Essa é a minha última Cavalgada como Secretária da Cultura deste Estado, o que me honra e me faz sentir que o meu compromisso com o segmento e com todas as manifestações do tradicionalismo gaúcho é muito forte e é algo que eu admiro e que irei, de perto ou de longe, participar para sempre. Foi nas Cavalgadas do Mar que pude ver que os homens, ao chegarem cansados e famintos, desencilham os cavalos e dão água aos animais, antes mesmo deles matarem a sua própria sede. Nas Cavalgadas, o cenário na areia é de um batalhão de guerreiros seguindo com lenta, ritmada e determinada cadência, formando uma caravana que marca o caminho às margens do Oceano Atlântico, de Palmares a Torres, transportando a história, o passado farroupilha e levando a bandeira do Rio Grande do Sul, que, a cavalo, pede passagem.

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