domingo, 28 de fevereiro de 2010

Sonho de uma pagadora de impostos


Sonhei que eu era prefeita de Torres. Ah, que sonho bom! E nesse sonho a minha gestão fazia o necessário para melhorar a qualidade de vida dos moradores, turistas e veranistas. Viajei como prefeita para outras cidades na busca de projetos para implementar na minha cidade.
Se Torres ficasse nos Estados Unidos, garanto que o rio Mampituba teria um belo paradouro para os pescadores. Haveria uma ciclovia para as bicicletas, que hoje circulam no calçadão com risco de atropelar as pessoas.
Olha só o que fizeram de Gramado! Claro, deu certo porque lá existe visão panorâmica, planejamento, execução, gestão e não amadorismo.
No meu sonho eu priorizei o turismo. Nada mais inteligente, visto que essa praia, como já disse e mostrei através de fotografias aqui no blog, esbanja belezas naturais. 
O turismo impulsiona a economia, desenvolve a cultura, gera renda, oportuniza empregos e garante a permanência dos filhos da terra, pois ninguém precisa ir embora para a capital em busca de empregos. 
Mas aí eu acordei com o barulho de um carro de som altíssimo, que anunciava para o mundo - sim, porque os decibéis soavam para além das fronteiras do Rio Grande do Sul - a chegada de um circo pelas redondezas.
Foi então que eu me dei conta que sou apenas uma simples pagadora de impostos de uma praia que tem como projeto construir espigões por todos os lados. 
Um lugar que não tem placas de sinalização de ruas, ou melhor, as poucas que existem estão enferrujadas, com sérios riscos de cair na cabeça de alguém; que tem calçamento irregular do calçadão há mais de quatro anos, oportunizando assim um tombo na corrida ou caminhada dos adeptos dessas práticas, como eu; onde a grama toma conta do calçamento e em alguns locais já virou mato, de tão grande; que tem uma quantidade de buracos nas ruas que são verdadeiras crateras, dignos de figurar no Guiness Book; onde a iluminação é precária em todos os locais, acha que se “desenvolverá” com espigões.
É, o meu sonho foi uma manifestação subjetiva dessa realidade concreta que vejo e sinto agora como veranista de Torres há 45 anos, desde a minha infância.
Amo Torres, tenho exaltado essa cidade litorânea em várias postagens e almejo que ainda haja tempo para que o crescimento desse município tão importante e destacado para o turismo gaúcho ainda possa ser um exemplo de administração pública, de sustentabilidade, de qualidade de vida e de satisfação para seus moradores e visitantes.



Falta de carpina
Falta de carpina


Ruas esburacadas

Calçadão necessitando reparações

Cratera na rua

Entulho na beira da calçada



Falta de calçamentos










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