domingo, 29 de novembro de 2009

Diário de bordo I – POA/ Pelotas

Saída de Porto Alegre, sexta-feira, 27 de novembro - Ufa!!! Nem acredito estou dentro do avião da NHT!!! Pensei que não ia chegar a tempo de embarcar. É que o vôo sai às 15h para Pelotas, e eu cheguei dentro do avião às 15h01min. Peguei um trânsito danado da minha casa ao aeroporto, daí o atraso. Pode isso a essa hora do dia? Ah, esqueci que o engarrafamento em Porto Alegre já não tem mais dia nem hora e, acontece sempre, e por uma razão muito simples: está faltando uma reengenharia de trânsito, porque o número de veículos triplicou. Bem, mas cheguei sã e salva a ponto de pegar o avião.
Falo salva, porque no balcão da NHT, a funcionária muito educada, vendo a minha apreensão com o apertado da hora, agilizou tudo de forma rápida, mas o legal mesmo foi quando ela disse: ”A senhora sabe correr, não??!!!!” Foi aí que fiquei entre a cruz e a espada, porque lembrei do meu médico traumatologista, Dr. Carlos Schwartzmann, que está tratando do meu joelho, que há uns 20 dias sofreu uma pequena lesão, e, no final da última consulta, me disse: “estás proibida de correr e subir escadas nos próximos dias.” Naquele momento, no aeroporto, eu descumpri o primeiro item da orientação do médico, porque o segundo eu já havia descumprido..... Foi então que pensei com meus botões, ou o avião, ou o joelho, e decidi correr para cumprir minha agenda de governo, depois cuido do joelho!!!! O raio de tudo isso, é que na próxima avaliação médica, o Dr. Carlos vai perguntar, e eu, com esse cacoete da minha criação militar de falar a verdade e cumprir a missão, vou ter que me entregar.
Cheguei em Pelotas. O funcionário do Gabinete do vice-prefeito estava me aguardando para me levar ao hotel.

Pelotas - Visita aos Cursos de Museologia e Restauração da UFPEL





O hotel que eu fiquei é o Tourist, que fica na entrada de Pelotas, num local lindo que parece uma reserva ambiental com uma bela vista da cidade. Um detalhe: em cima da cama tinham muitos presentes e mimos, flores e doces, como é de costume do povo do interior sempre acolhedor e afetivo.
Em seguida, a Simone Monteiro, Coordenadora do Sistema Estadual de Museus, veio me buscar com o Seu Schmitz e o Arthur para cumprirmos o primeiro compromisso na cidade, que foi a visita ao prédio histórico da UFPEL, datado do século XIX, que abriga os bacharelados de Museologia e Restauração. O casarão é uma relíquia e tem completa sintonia com os cursos da área de memória. Visitei o prédio em companhia de Nóris Leal que já foi diretora do Museu Militar do Comando Militar do Sul, com quem já fizemos grandes parceiras e que agora a revi como professora do Curso de Museologia.
Logo na chegada, fui recebida por um grupo de alunos que montou a exposição com a temática: “Enchente, um Sinal de Alerta”. Confesso que fiquei impressionada com a exposição por se tratar de um assunto importante, visto que nos afeta, à medida em que a degradação ao meio ambiente, ao longo dos anos, promove danos às comunidades, e, pela original, direta, espontânea e forma simples, e de custo baixo, com que apresentaram a realidade e promoveram a reflexão.
Essa chamada Museologia Social, que valoriza o homem como patrimônio fundamental na preservação da memória e que desperta para a cidadania, tem tudo a ver com o que venho desenvolvendo na Secretaria de Estado da Cultura, que tem por meta o acesso e a inclusão pela cultura. Gostei tanto que convidei os alunos para levarem a exposição para Porto Alegre.
Penso que esta é uma forma de oportunizar que outros públicos, principalmente nossas crianças, possam conhecer essa exposição e, dessa forma, divulgaremos o trabalho realizado pela UFPEL, que criou o terceiro curso de Museologia no Brasil.
O Reitor Cezar Borges merece nota dez por essa sua iniciativa de excelência na cultura.
Evento da noite - 45º Prêmio Indústrial do Ano 2009



O prêmio aconteceu no Hotel Tourist, o que foi muito bom, pois era onde Simone e eu estávamos hospedadas; então, não dependeríamos de carro, e pude dispensar o Artur e Seu Schimtz para descansarem, pois, no outro dia, teríamos uma longa e difícil empreitada pelas estradas do nosso Estado em função das fortes chuvas dos últimos dias.
Esse evento festivo contou com inúmeras personalidades da sociedade pelotense. Nossa mesa foi composta pelo vice-prefeito Fabrício Chless Tavares, Elmar Hadler, da Associação Rural, o empresário proprietário da Farmárcia Natura e fundador do Museu da Farmácia, João Gilberto Moura, com sua esposa Claudia, o deputado federal Cláudio Diaz, Simone e eu.
Três foram os homenageados: João Gilberto Perez de Moura da Farmácia Natura e Museu da Farmácia, Jorge Almeida da Silva da Panificadora Pane Mio e Walter da Silva da Conkretus Constutora.
Eu fiz a entrega para Gilberto Moura pelo seu trabalho importante no Museu da Farmácia. A noite contou com momentos diferenciados, entre eles, a apresentação do maestro da Orquestra Filarmônica de Pelotas, que deu um verdadeiro show internacional com canções em inglês, italiano e português.
As palmas e o entusiasmo da platéia foram a declaração do sucesso desse artista. Eu fiquei maravilhada com a voz e o desempenho do cantor que, pelo seu estilo, me lembrou Sinatra. Em seguida, fui saber do trabalho desse maestro, que comanda uma orquestra de voluntários e conta com o apoio de um empresário com visão à frente dos nossos tempos, entendendo a cultura como fator de desenvolvimento social, Franco Pallamolla. Tive a grata satisfação de encontrar nesse evento uma amiga muito querida que fiz numa dessas andanças por Pelotas, a Jaqueline Halal, proprietária do Hotel Jacques Georges, que, por sinal, aproveito a oportunidade para dizer que é um hotel recém-inaugurado, que tem uma infra-estrutura completa. Nesse evento, tive como cicerone o Elmar Hadler, que é um verdadeiro “gentleman”.

Diário de Bordo II – Pedras Altas




28 de novembro de 2009, sábado - Tombamento Castelo Pedras Altas - Depois de uma noite de chuva intensa, pegamos a estrada de Pelotas para Pedras Altas. Seu Schimtz, com seu bom humor habitual, ligado no volante e o co-piloto Arthur, sempre atento.
Para chegar a Pedras Altas, entramos na RS 608, de Pinheiro Machado a Pedras Altas. Minha nossa, a impressão que tive é que estava num “rally” daqueles que a gente assiste nos programas de esportes radicais. A escolha era simples: buracos, crateras ou as sangas acumuladas na beira da estrada. Só para vocês terem uma ideia, o carro foi numa velocidade máxima de 30 km/h. Conforme o co-piloto Arthur, essa velocidade pode ser comparada a de um atleta velocista. Arrisco-me a dizer que chegar em Pedras Altas, atualmente, é mais difícil no que no tempo do Assis Brasil, 1908, porque naquela época havia a ferrovia.
Enfim, chegamos, nauseados, com dor-de-cabeça e tontos, precisando parar alguns minutos antes do evento para seguirmos adiante a cumprir a agenda, que era a abertura da III Exposição Agropecuária de Pedras Altas, onde fui representando a Governadora - portanto, tinha que chegar inteira, a altura da maior autoridade do Estado.
Feito isso, lá estava eu, no alpendre de uma das casas mais antigas da sede do Sindicato Rural de Pedras Altas, para abertura do evento. Fui recebida pelo presidente do Sindicato José Antonio Paiva e pelo Vice-Presidente da Farsul, Gedeão Silveira Pereira. Estavam lá o Prefeito Municipal, vice-prefeito e demais autoridades.
Na minha fala, ressaltei a importância da região pela excelência na área da pecuária com sua tradição e pioneirismo na criação de gado com extrema qualidade, e não pude deixar de registrar a necessidade urgente da pavimentação da RS 608 e me comprometi de falar com a governadora assim que fosse possível, o que fiz no próprio local, e tenho aqui que contar, já que, para poder falar, vivi uma aventura de Rapunzel, pois tive de subir no alto de uma torre para conseguir sinal no celular. Relato o diálogo que tive com a governadora: a Capitã Leila atendeu o celular dela, e eu disse: "Capitã, preciso falar com a governadora, é possível?" Ela pergunta se posso esperar, e respondo: "Não posso, pois estou num local muito alto e tenho pavor de altura". Imediatamente, vem a governadora e pergunta: "Onde você está Mônica?" E, relatando a aventura, peço prioridade para aquela comunidade em relação à estrada, e ela, rápida como sempre no gatilho, me diz: “Posso bem imaginar o que as chuvas fizeram com a estrada e o que a comunidade está sofrendo, contate com Vicente do DAER”. Essa é a minha Governadora!!!! Em seguida contatei o Vicente que, gentilmente, se dispôs a priorizar, na segunda-feira mesmo, essa determinação da Governadora.
Logo após o almoço, seguimos para a missão cultural, o tombamento dos bens documentais móveis e naturais da Granja de Pedras Altas. Chegamos no Castelo e fomos recebidos por representantes da família Assis Brasil, que estavam acompanhados por uma comitiva de lideranças locais. Quero aqui registrar meu testemunho: o Castelo é algo indescritível, tamanha a sua beleza e importância histórica para a região como instrumento de desenvolvimento cultural e turístico e, além disso, ele é um testemunho de uma história de amor entre Assis Brasil e Lydia, pois o Castelo foi construído para que Lydia, que vivia na Europa, não estranhasse tanto a mudança.
No momento da assinatura do tombamento, a neta de Assis Brasil, que também se chama Lydia, e que cuida do Castelo como uma missão de vida, ficou muito emocionada, porque finalmente está vendo o desejo da preservação desse legado, sendo realizado, e eu fiquei feliz por presenciar e propiciar este momento histórico. Essa ação da Secretaria de Estado da Cultura e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado se insere na nossa responsabilidade de preservar os vestígios da memória gaúcha.
Na partida, tiramos uma foto de despedida em frente ao Castelo e fomos para a estrada escoltados por uma viatura da Brigada Militar, que nos mostrou o retorno mais seguro pelo caminho até Herval.


Diário de Bordo 3 – Rio Grande



Noite de 28 de novembro - Destaque zona sul - O trabalho que a Secretaria de Estado da Cultura vem desenvolvendo na região sul do Estado oportunizou-me conhecer o jornalista Flavio Mansur, do jornal Diário Popular, que realiza tradicionalmente uma festa dos destaques da zona sul. Nesse evento, são destacadas personalidades que realizaram ações importantes em diversas áreas. Recebi o troféu destaque cultural da mão do Diretor de Cultura da Secretaria de Educação e Cultura do Rio Grande, Luis Henrique Drenoviczda, parceiro no desenvolvimento de importantes projetos e dono de um vasto conhecimento.

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