quarta-feira, 17 de março de 2010

Noite especial na casa da comunicação gaúcha

A vida nos prepara curiosos e surpreendentes momentos que fazem a caminhada, que às vezes não é nada fácil, valer a pena. E foi o que aconteceu comigo na noite dessa última terça-feira. Algo que eu não esperava. Fui na solenidade de lançamento da campanha institucional do Museu da Comunicação Hipólito José da Costa. O evento foi grandioso em todos os aspectos. Começando pela organização, decoração, cobertura da mídia escrita e falada, número expressivo de pessoas importantes do jornalismo gaúcho, empresários, políticos, colaboradores e amigos queridos. Três pessoas fizeram pronunciamentos: o diretor do Museu de Comunicação, Claro Gilberto, o presidente da Associação dos Amigos do Museu, Fernando Ernesto Corrêa e eu. As horas que passei ali, penso que mexeram com o meu emocional de uma maneira que jamais pensei que fosse me acontecer um dia. Eu que tinha elaborado uma fala contando que era ligada aquela instituição pela minha formação de jornalista; que tinha um interesse natural e afetivo por aquela área e que admirava seus técnicos; que ficava feliz por ver novos florescimentos da semente plantada pelo saudoso diretor Lauro Schirmer; que no meu período de secretária eu sempre pude contar com o museu em agendas positivas, maravilhosas exposições, total comprometimento com sua história e sua conservação; tantas parcerias produtivas, projetos financiados, projetos aprovados, a obra pelo programa Monumenta; o fortalecimento da Associação dos Amigos, que nos brindava com o lançamento da campanha em favor da memória, do papel e do futuro desta instituição; diria também da importância dos museus, que guardam o tempo, mas que não podem se perder no tempo, pois é preciso sempre aprimorá-los para o atendimento da população, que são patrimônio de todos, etc, eu que estava pronta para falar tudo isso, não consegui.

O Fernando Ernesto Corrêa derrubou o meu discurso com um pronunciamento de reconhecimento ao meu trabalho. Falou que, até me conhecer como gestora, atuando no Governo do Estado, não acreditava no Executivo, que achava tudo complicado. Mas, frente a minha aprovação e empenho pela campanha da Associação de Amigos que ele preside, frente ao modelo de gestão que eu imprimi na Secretaria, com seriedade, competência e comprometimento com a coisa pública, pela atuação, relação e cuidado que eu tive com o Museu Hipólito, tudo isso o levou a crer que eu fui a pessoa certa no cargo certo, mesmo não sendo pessoa da cultura, e citou o exemplo de José Serra que foi secretário de Saúde, sem ser desta área, e Fernando Henrique Cardoso, sociólogo que foi Ministro da Fazenda. Lastimou que eu estivesse saindo da secretaria e me emocionou com seu discurso tão enfático e caloroso.

Eu tenho plena consciência de que sou secretária de uma pasta com diversos segmentos, onde alguns se acostumaram a reinar, onde tive que mexer com vícios e desacomodar pessoas que mostraram resistência. Em resposta a isso, orquestraram movimentos e atacaram por trás de um computador ou através de artigos encomendados. Eu sou uma pessoa democrática, aceito criticas desde que tenham fundamentos e não sejam vazias, com o objetivo único de atacar. Na minha família sou conhecida pelo enorme grau de tolerância, sempre vejo o lado positivo das pessoas, procuro aquilo que elas tem de bom e deleto o lado ruim, se encontrar, mas quando desisto de alguém é para sempre, não tem volta. Sou educada, cuidadosa e respeitosa com todos, mesmo com aqueles que se lançam na agressão. Agora, se tem algo que me incomoda é subestimarem a minha inteligência e a minha percepção. E nesse meu processo de gestora pública deu tempo para ver coisas que dariam um livro.

Voltando à solenidade do Museu, com muita emoção consegui retribuir um pouco as palavras que ouvi do Fernando Ernesto Corrêa, dizendo a todos que aprendi com meu pai a seguir sempre minhas convicções, que estava confiante das conquistas que obtivemos na Lei de Incentivo à Cultura, que saiu de um colapso na minha gestão, e, que, com muito orgulho dessa experiência, meu sentimento é de que não estive só de passagem na Secretaria e, sim, deixei lá a minha marca pessoal, mesmo não sendo de nenhum segmento cultural, e também não privilegiando nenhum.


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